Almir Pereira, presidente da Abcred, assina carta-compromisso de cooperação de informações entre entidades de microcrédito. Foto: Divulgação
19/10/2012
Redução da taxa de crédito pelos bancos influenciará microcrédito
 

A redução das taxas de juros adotada recentemente pelos bancos públicos e privados influencia a redução nas taxas cobradas pelo microcrédito, destinado a empreendedores informais e microempresários. É o que afirma Almir da Costa Pereira, presidente da ABCRED (Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças).
 
"A queda da taxa de crédito dos bancos não incide diretamente. A maioria das entidades de microcrédito pegam dinheiro emprestado como um banco (privado ou estatal). Claro, se o banco reduz sua taxa, favorece o microcrédito." Para o economista, a redução das taxas pelos bancos deve afetar as de microcrédito em torno de um a dois semestres, mas pouco, já que a quantia de empréstimo com teto de R$ 5 mil é muito baixa em relação ao crédito de bancos.   
 
Pereira esteve presente  nesta quarta e quinta-feira (17 e 18/10) no Seminário Internacional da Abcred, realizado no Consórcio Intermunicipal. O evento tem como objetivo discutir como fortalecer o setor de microcrédito e conta com representantes de 27 entidades microfinaceiras do Brasil, da estrangeira Finrural (Associação de Instituições Financeiras de Desarollo),e de internacionais, como a FOROLAC (responsável pelo microcédito no setor rural da América Latina). 
 
Para Pereira, que também coordena o evento, o ABCD se destaca no País no setor de microcrédito, por meio de grupos solidários, como o Banco do Povo Regional. O financiamento, de acordo com ele, funciona através da cooperação e confiança de pagamento das entidades com os beneficiados. No ABCD, a prática dá certo porque as entidades têm baixa taxa de inadimplência, de 0,86% em 2011.  
 
Investimento - Ainda de acordo com Pereira, 10 milhões no País necessitam atualmente de microcrédito e 12% da demanda é atendida. O executivo considera a situação atual boa, mas poderia ser melhor se houvesse mais recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é atuante, "mas poderia fazer mais". Também critica regras bancárias que atrapalham o ramo, que determinam, por exemplo. que empresas sediadas em locais menores devem receber finaciamentos menores, como é o caso de muitas microempresas. 
 
Fábio Maschio, diretor financeiro do Banco do Povo – Crédito Solidário da Região, também presente no evento, defende mais investimentos do BNDES no setor de microcrédito da Região. De acordo com ele, o ABCD tem uma demanda de cerca de 30 mil pessoas pelo setor e apenas cerca de 2.700 são atendidas. 
 
Acordos - Na quarta-feira (17) foi feita a assinatura simbólica de contrato entre o Banco do Povo regional e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socail) em que o último concede investimento de R$ 1,7 milhão na entidade de microcrédito. Com o valor, o Banco pretende emprestar R$ 12 milhões na Região. O valor emprestado movimentará o dobro na economia ABCD, de acordo com Almir Pereira, que é também é diretor executivo do banco. 
 
Já na quinta (18) foi assinada carta-compromisso entre a Abcred e suas entidades associadas, como o Banco do Povo, com objetivo de aumentar o fluxo e troca de informações sobre o setor entre os grupos, o que visa aumentar as já 200 mil operações que são realizadas pelas entidades de microcrédito no País, as chamadas OSCIPIs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).
 
Bolívia e Brasil – Néstor Castro Quintela, gerente geral da Finrural, o qual representou no seminário, contou a reportagem que o setor microfinanceiro no País tem menos investimento do Estado. Por isso, necessita mais da ajuda da iniciativa privada em comparação ao setor no Brasil, onde o poder público tem maior participação.
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