12/03/2013
Microcrédito é solução para inclusão financeira de empreendedores de Alagoas
Ao mesmo tempo em que o Governo Federal ganha popularidade com a disseminação de políticas assistencialistas à grande parte população sem acesso a serviços básicos, como saúde, educação e as margens do sistema bancário, na última década esse direcionamento foi visto por críticos como insuficientes no combate à pobreza. Estes alegam “que não basta apenas dar o peixe, seria necessário dar a vara e ensiná-los a pescar”. Conforme os resultados de uma pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) da Universidade Federal de Alagoas é com a criação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), que o governo tenta superar esse dilema, com a reeducação financeira e estímulo do espírito produtivo entre os assistidos.
Criado em 2005, o programa consiste em conceder crédito destinado aos chamados empreendedores populares, que são caracterizados por apresentar baixa renda, desenvolver atividades produtivas de pequeno porte e possuir faturamento anual de até R$ 120 mil.
Conforme o professor Reynaldo Ruben e sua orientanda Nathália Horácio, que em 2012 fizeram um diagnóstico do PNMPO em Alagoas, o programa é um dos grandes responsáveis pela inclusão financeira produtiva e o desenvolvimento local nos últimos anos. Só em 2011, a partir dele foram fechados 129.611 contratos no estado Alagoano. A maior parte deles com valores entre R$ 400,00 e R$ 600,00. “A principal característica deste microcrédito é que esse produto não traz somente o dinheiro, como também a educação financeira para os clientes e o cuidado de não promover o endividamento familiar. O objetivo é melhorar a qualidade de vida desses indivíduos, retirando-os da pobreza”, explica Nathália.
Apesar dos números significativos, a pesquisa apontou um potencial ainda maior para atuação do programa no Estado. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), revelam que existem 42.175 mil empreendimentos em situação formal e 917.761 mil empreendimentos informais que podem usufruir do benefício.
O quadro se torna ainda mais relevante se levarmos em conta que 51,21% das famílias do estado recebe até um salário mínimo. “O microcrédito é uma grande estratégia de combate a pobreza, dando oportunidade a pessoas de obter recursos para a produção de coisas que elas já conhecem, dando condições do cidadão evoluir, a partir de sua inclusão econômica”, diz Reynaldo.
A tarefa não vai ser nada fácil: Alagoas possui o maior índice de pobreza da região (59,54%); o menor IDH (0,722), a maior taxa de mortalidade (48,2%), a menor taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos (94,6%), as maiores taxas de analfabetismo funcional (39,0%) e de analfabetismo (25,7%), entre pessoas com mais de 15 anos.