27/03/2013
Consumo em alta impulsiona os micronegócios nas favelas do Rio
O açougue de Manuel Novais, 56, atende diariamente 500 pessoas, em média, na principal e movimentada rua de acesso a Nova Brasília, uma das 13 favelas do Complexo do Alemão. Por mês, o faturamento do comerciante é superior a R$ 250 mil.
A prosperidade nas vendas de Novais sinaliza a boa fase dos negócios em comunidades de baixa renda localizadas na cidade do Rio.
O aumento do consumo reforçou os investimentos de microempresários, muitas vezes impulsionados pelos empréstimos concedidos por bancos com representantes em favelas.
"Do ponto de vista do consumo, há uma revolução em andamento nas comunidades do Rio", afirma Renato Meirelles, diretor do instituto Data Popular, especializado no setor de baixa renda.
É possível perceber a transformação pelo histórico. Até 2010, as linhas de crédito para pequenos empreendedores, incluindo os informais, eram inexploradas pelo banco estatal nas favelas cariocas.
Em novembro do mesmo ano, com a ocupação policial do Complexo do Alemão, o banco passou a atender esse segmento. Encerrou 2011 com a concessão de 400 microcréditos. No ano passado, o número saltou para 2.000. A projeção para 2013 é alcançar a marca de 3.500 linhas de crédito concedidas.
"Percebemos que a procura pelo microcrédito dobra a cada seis meses", afirma Tarcísio Luiz Dalvi, superintendente regional da Caixa, que coordena o atendimento às favelas da zona norte.