18/04/2013
Microcrédito ajuda pequeno a alavancar os negócios
Uma das alternativas encontradas pelos pequenos empresários para expandir os negócios é o microcrédito. A Agência de Fomento do Paraná, que inaugurou um posto avançado em Maringá no mês passado, oferece em parceria com o Programa Bom Negócio Paraná, do governo do Estado, crédito com taxas de juros que variam de 0,55% a 1,07% ao mês, e cursos de capacitação.
A agente de crédito da Agência de Fomento, Cássia Mendonça, afirma que empresas com renda bruta anual de no máximo R$ 360 mil podem financiar até R$ 15 mil. O tempo limite para quitar o empréstimo é de até 60 meses.
O dinheiro deve ser utilizado como capital de giro das empresas, incluindo a aquisição de mercadorias e matérias-primas para revenda. "Obras de reforma e ampliação e a compra de equipamentos e máquinas também podem ser realizadas", completa Cássia.
De acordo com a agente, mais do que assegurar financiamento a taxas mais baixas do que as normalmente praticadas no mercado, o programa tem como objetivo qualificar os empreendedores para que os negócios prosperem.
mica”, justificou Luciana Cordeiro.
Dentre outros, foram analisados os sistemas de microcrédito no Sul da África, Europa Oriental, Europa Central, Oriente Médio e Sul da Ásia, regiões que foram comparadas ao perfil apresentado pela região da América Latina e Caribe, além das às áreas consideradas mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha e o Norte de Minas.
Dados reproduzem exclusão
A pesquisadora enfatiza que o cruzamento dos dados demonstrou que a oferta de microfinanças reproduz a exclusão atualmente em curso no sistema financeiro tradicional, “porque ela não é realizada nas regiões mais pobres, onde há mais necessidade, mas, sim, nos grandes centros urbanos, como as Regiões Metropolitanas”, comenta.
“É uma tendência natural, pois, para os operadores financeiros, é mais funcional e prático operar em um mercado já consolidado, naturalmente bom pagador”, acrescenta a pesquisadora. A tese sustentada pela professora da Unimontes afirma que “as microfinanças podem colaborar para uma mudança do cenário, mas precisam ser ofertadas nas regiões menos desenvolvidas. "Meu estudo aponta que as esses serviços se fazem mais efetivos quando alocados em regiões econômica e financeiramente mais carentes”, ressalta.
Outro aspecto percebido: os produtos do modelo de sistema microfinanceiro brasileiro estão formatados sob os mesmos moldes dos produtos de crédito tradicionais. Fator que, conforme explica a professora, contribui para que não sejam efetivos na redução da desigualdade.
Impulso social
“O sistema microfinanceiro pode ser um instrumento impulsionador do desenvolvimento social. Tal premissa se daria por meio da multiplicação da renda da população e do fomento às atividades produtivas”, argumenta a pesquisadora.
A tese indica, ainda, que há uma demanda real por crédito nas áreas mais pobres, mas que a oferta atual não é adequada e não está localizada de forma a supri-la. O estudo mostra ainda que 65% das instituições microfinanceiras do País não são regulamentadas. “A regulamentação dessas IMFs impactaria positivamente na capacidade do setor de colaborar para a redução da desigualdade”.
A pesquisa foi apresentada no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em dezembro último, e mereceu destaque na mídia educacional, sendo orientada pelo professor Marco Aurélio Crocco Afonso e coorientada pela professora Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira, ambos do Cedeplar.