Hoje microempresária, Marizete Leoni Martins trabalha desde os oito anos de idade e sempre no ramo da costura. Moradora de Forquilhinha, ela conta que no ano 2000 resolveu, junto com as irmãs, criar a empresa L&D Textil. “Desde os 13 anos eu trabalhava com costura, possuía conhecimento sobre a área. O problema é que não tínhamos nada para investir. Se a agulha quebrasse era preciso lixar a ponta para continuar trabalhando”, comenta.
No início, as máquinas utilizadas eram alugadas, pois ela não possuía recursos para comprar os equipamentos. Porém, quando a empresa estava se solidificando no mercado, surgiu a necessidade de comprar uma máquina Travete. Foi então que Marizete ouviu falar na Credisol Crédito Solidário. “Adquirimos aquela e uma máquina reta. Foi maravilhoso, porque aí começamos a comprar os nossos equipamentos. Aos poucos fomos devolvendo os alugados e ficando apenas com os nossos”, explica a empreendedora.
Hoje, quatro pessoas trabalham na L&D, fabricando mensalmente cerca de 1,5 mil peças elaboradas, todas em jeans. “Na teoria é tudo muito fácil, mas na prática é diferente. O jeito é trabalhar bastante para que dê certo. Fizemos isso, não desistimos e fomos em frente, hoje o nosso empreendimento é conhecido e tem a marca fortalecida no mercado”, pontua Marizete.
Organização é especializada em microcrédito
Assim como Marizete, centenas de pessoas tiveram a vida modificada por conta do microcrédito. O valor que parece pequeno para muita gente, ajuda significativamente quem quer mudar de vida e ter o negócio próprio. Seja R$ 3 mil, R$ 4 mil ou até mesmo R$ 5 mil, a quantia serve tanto para comprar quanto como capital de giro. Com o objetivo de disponibilizar este tipo de crédito para microempreendimentos nas regiões de Criciúma, Araranguá e Tubarão, surgiu, em 1999, a Organização Não-Governamental Credisol, focando os setores formal e informal da economia que não tinham acesso aos serviços disponibilizados pelo sistema financeiro tradicional.
O sistema de crédito é diferente dos demais por ter fins apenas sociais e ser voltado às pessoas que trabalham por conta própria, na maioria das vezes na informalidade. “Além de conceder o crédito, nos preocupamos com a orientação técnica, para que os recursos sejam aplicados da melhor maneira. Temos a consciência de que aquilo que dispomos para a ampliação ou construção do negócio próprio faz toda a diferença na vida de quem recebe”, coloca o gerente Julio Cesar Burigo.
O que é o Juro Zero?
No programa Juro Zero, do Credisol, o governo banca o subsídio financeiro referente aos juros remuneratórios das operações de até R$ 3 mil. Ou seja, se o empreendedor contratar até R$ 3 mil de empréstimo e estiver com as prestações em dia vai pagar somente sete das oito prestações do contrato. Portanto, o juro é zero. A operação não envolve a cobrança de outras taxas, incidindo apenas juros de 3,07% ao mês que não serão cobrados se as parcelas forem pagas em dia. Os recursos contratados deverão ser aplicados nas atividades produtivas.