O MICROCRÉDITO, como instrumento de desenvolvimento econômico, é relativamente recente. Podemos dizer, que instituições e programas de Microcrédito, são características de países em desenvolvimento. A 1ª experiência de sucesso que se tem registro, é a que foi desenvolvida em Bangladesh, país centro Indiano, e cuja instituição conta hoje com mais de 2 milhões de clientes. Também tem-se registro de programas de Microcrédito desenvolvidos em vários países Asiáticos, na República Dominicana e Bolívia.
O programa desenvolvido na Bolívia é um dos mais marcantes. A instituição lá formada, o BANCO SOL, que teve um árduo começo, com completa carência de clientes, onde teve de quebrar a cultura contrária ao crédito, hoje é o 3º maior banco do país.
No Brasil, a 1ª experiência, ocorreu por volta de 1985, quando em Pernambuco foi fundada a instituição chamada UNO – União Nordestina, que iniciou um trabalho pioneiro junto a pequenos empreendedores nas favelas e periferia da capital Fortaleza. A UNO, posteriormente, viria a ser incorporada a outras entidades, e juntas deram início a que hoje é o SEBRAE. Desde 1986, com o apoio expressivo do setor empresarial, o Fundo das Nações Unidas para a infância, o UNICEF, e a Accion Internacional, vem promovendo a criação de organizações privadas, sem fins lucrativos, que executem programas de geração e trabalho e renda a populações que desenvolvem pequenos empreendimentos ou atividades por conta própria.
Em fevereiro de 1987, aquelas entidades fundaram em Porto Alegre – RS, uma entidade chamada CEAPE – Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos, com um capital inicial de U$ 10.000,00 (Dez mil dólares) doados pelo UNICEF. A partir do êxito do CEAPE – RS, o UNICEF, decidiu transferir essa experiência, e ampliar a rede CEAPE, aos estados do Nordeste.
Mas foi em 1996, que pela primeira vez no mundo, um governo adota o microcrédito como política pública de desenvolvimento, quando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS, mediante aporte de recursos em uma ONG – Organização Não Governamental, ajudou a fundar a instituição chamada Porto Sol.
Em Santa Catarina, seguindo os mesmos moldes, temos em ITAJAÍ o BANCRI – Banco de Crédito Popular da Foz do Rio Itajaí-Açú, em Lages o Banco da Mulher, em Florianópolis o Banco do Empreendedor, em Chapecó o Credioeste, em Criciúma o Credisol, em Joinville a Casa do Empreendedor, em Caçador o Bapem, em São Miguel d’Oeste o Extracrédi, em Canoinhas o Planorte, em Tubarão a Casa do Microcrédito, em Rio do Sul a Acredite, em São José a Crediconfiança, em Concórdia a Crédicerto, em Blumenau a Crédivale, em Brusque a Prófomento e em Jaraguá do Sul mais uma em implantação.
Todas essas instituições recebem apoio estrutural e suporte financeiro do BADESC - Agencia Catarinense de Fomento S/A, Prefeituras Municipais, Associações de Municípios, e entidades representativas de suas respectivas comunidades, como: Sebrae, Fampesc, CDL's, ACI's, Ampe's, Universidades, Intersindicais Patronais e de Trabahadores, Sindicatos Patronais e de Trabalhadores, Associações de Moradores, etc.
As instituições de Microcrédito caracterizam-se principalmente por:
Serem privadas e sem fins lucrativos.
Não tem filiação partidária.
Não praticam o assistencialismo e nem o paternalismo, ao contrário, os pequenos empreendedores são tratados como pessoas produtivas e capazes de investir em seu próprio desenvolvimento, exigindo-se deles compromisso e responsabilidade.
Na direção das mesmas, estão representantes de entidades representativas de toda a comunidade.
Visam auto-suficiência operativa e preservação do patrimônio adquirido.
Trabalham com recursos humanos profissionalizados, com capacitação e compromisso dirigidos a entidade e ao público usuário.
Contam com estrutura organizacional e administrativa ágil e simplificada.